Justiça decide manter José Rainha preso por invasões e extorsão

Ele já foi condenado a 31 anos de prisão, em 2020, por formação de quadrilha e estelionato

Lula é amigo pessoal de José Rainha e disse, em campanha, que MST teria “protagonismo” em seu governo. (Foto: Reprodução/Veja)

Da Redação

A Justiça de São Paulo manteve a prisão José Rainha Júnior e Luciano de Lima, líderes da Frente Nacional de Luta (FNL). A audiência de custódia foi realizada no domingo (5), em Presidente Venceslau, no interior de São Paulo. De acordo com o delegado responsável pelas investigações, Ramon Euclides Guarnieri Pedrão, eles foram encaminhados para o Centro de Detenção Provisória de Caiuá, também no interior paulista. Rainha também foi fundador do Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MST), em 1984, no Paraná. Ele foi afastado do grupo em 2007 por divergências políticas com a cúpula da entidade. José Rainha já havia sido condenado, em 2020, a 31 anos de prisão por extorsão, formação de quadrilha e estelionato.

Rainha e Luciano de Lima foram presos no sábado (4), suspeitos de extorquir dinheiro de donos de propriedades rurais na região do Pontal do Paranapanema, no extremo oeste do estado de São Paulo. De acordo com a Polícia Civil, também foram apreendidas armas supostamente usadas em conflitos agrários. Além de São Paulo, também foram invadidas propriedades rurais no Paraná e Mato Grosso do Sul pelo FNL, incluindo um prédio residencial em obras em Sorocaba (SP). As invasões foram denominadas, pelo movimento, de “Carnaval Vermelho”, e tiveram início em 18 de fevereiro deste ano.

“As prisões preventivas têm como objetivo a interrupção do ciclo delitivo e a promoção de prevenção geral e paz no campo”, informou o órgão. “O grupo de pessoas teria constrangido, mediante grave ameaça, seis vítimas, com o intuito de obter para si e para outrem indevida vantagem econômica”, explicou.

Os advogados de defesa dos líderes da FNL, Rodrigo Chizolini e Raul Marcelo, informaram que irão entrar com recurso e trabalhar pela soltura dos presos, de acordo com o portal de notícias G1.

Recentemente, o MST (Movimento dos Trabalhadores Sem Terra) da Bahia invadiu, no início de março, três fazendas de eucalipto pertencentes à empresa Suzano, que fabrica papel e celulose. As propriedades estão sediadas nos municípios de Mucuri, Teixeira de Freitas e Caravelas, todas no estado baiano. Vale destacar que em sua campanha presidencial no ano passado, o então candidato à presidência da República, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), ressaltou que o MST teria “protagonismo” em seu governo. Na Bahia o petista conquistou 6.097.818 (72,12%) dos votos válidos.

(Com informações da Revista Oeste e outras fontes)