Áudios podem dar pistas sobre o duplo homicídio ocorrido no Arena Chapada

“Cratera de estimação” da 2 de Julho pode ter dificultado o socorro do atleta Nilsinho

Nilsinho (esq.) faleceu a caminho do Hospital Regional de Irecê. Rodrigo, que supostamente era o alvo dos criminosos, faleceu no local do atentado. (Fotos: Reprodução/Instagram)

Erick Vizoki

A final do campeonato de futebol X1 (modalidade onde apenas quatro jogadores, dois na linha e dois no gol disputam entre si) ocorrida no último dia 10/06 (sábado) entre os atletas Jeffinho (Morro do Chapéu), que venceu a partida, e Nilsinho (Irecê), na Arena Chapada em Morro do Chapéu (BA), terminou em tragédia e ganhou grande repercussão na região da Chapada Diamantina.

O atleta de Irecê, Hermenílson Peixoto da Silva (Nilsinho), 27, e seu primo Rodrigo Santos Queiroz de Oliveira (câmera e fotógrafo da equipe), de 19 anos, foram baleados no momento em que se preparavam para entrar no ônibus que os levaria de volta à sua cidade. O crime aconteceu por volta das 23h. Ambos foram atendidos, primeiramente, no Hospital e Maternidade São Vicente de Paulo, em Morro do Chapéu, que fica bem próximo ao estádio Odilon Gomes Ferreira (Arena Chapada), a cerca de 200 metros. Rodrigo não resistiu e faleceu no local. Nilsinho, após dificuldades em chegar rapidamente ao hospital vicentino, foi atendido e em seguida conduzido para Irecê para receber os socorros no hospital regional da cidade. No caminho, nas proximidades do município de João Dourado, o atleta sofreu uma parada cardíaca e não conseguiu sobreviver, vindo a óbito antes de chegar ao Hospital Regional Dr. Mario Dourado Sobrinho.

As más condições de tráfego da Rua 2 de Julho, no bairro São Vicente (Centro), em virtude de uma poça d’água que já ficou conhecida como “cratera de estimação” e que já foi pauta de matérias no Conexão Morrense, pode ter dificultado o socorro de Nilsinho, uma vez que se encontra no caminho entre o estádio Arena Chapada e o Hospital São Vicente de Paulo. Um recorte de matéria produzida pela TV Chapada, que passou a circular no WhatsApp em Morro do Chapéu, informa que as pessoas que socorreram o jogador tiveram que fazer um desvio pelo centro da cidade devido a dificuldade de acesso ao hospital por causa da cratera inundada.

Confira abaixo trecho de reportagem da TV Chapada que mostra a dificuldade de acesso entre o estádio e o hospital.

A antiga poça d’água conhecida como “cratera de estimação” pode ter dificultado o socorro do atleta Nilsinho. (Imagens: Recorte/TV Chapada)

Segundo informações, um princípio de tumulto começou após a partida, do lado de fora do estádio, conforme divulgou matéria veiculada pela TV Chapada, emissora local de Morro do Chapéu. Testemunhas informaram aos policiais que atenderam a ocorrência que homens chegaram ao local em um veículo Gol, de cor vermelha, e começaram a atirar. Após os disparos, o veículo chegou a ser perseguido pela polícia, mas conseguiu fugir nos limites da cidade de Carfanaum, que fica na região. Equipes da Polícia Militar de Morro do Chapéu, Irecê e Cafarnaum mobilizaram-se imediatamente e realizaram diligências para capturar os suspeitos, porém, até o momento, não obtiveram êxito na sua localização.

A autoria e motivação do duplo homicídio serão investigadas pela Delegacia Terriorial de Irecê.

Áudios

Algumas mensagens de áudio trocadas por WhatsApp em Morro do Chapéu, entre amigos e organização do evento esportivo no momento do atentado e em momentos depois, que o Conexão Morrense teve acesso, podem dar pistas sobre as motivações do crime e até mesmo levar ao autor dos disparos.

Em um dos áudios, um homem diz: “Pela conversa que eu tive lá (no hospital) com o irmão do cara que faleceu, foi cobrança de Irecê”. Ainda de acordo com esse áudio, pode ter sido uma execução, pois Rodrigo recebeu seis tiros em regiões fatais do corpo. Aparentemente, o tiro que acertou o jogador Nilsinho foi uma fatalidade, pois ele não seria o alvo dos criminosos.

Outro áudio, enviado imediatamente após o atentado com o pedido de socorro, outro homem, possivelmente o treinador de uma das equipes, informava, muito abalado, que “chegaram uns bandidos aqui e atiraram em dois alunos meus”.

Ouça abaixo os áudios das mensagens enviadas. Os áudios foram distorcidos para manter o anonimato dos interlocutores e para a segurança dos mesmos.

Até o momento nenhum suspeito foi identificado ou localizado. As investigações estão sendo conduzidas pela Polícia Civil de Irecê. O Conexão Morrense tentou falar com a organização do X1, mas não obteve sucesso em encontrá-lo para maiores informações e se novos torneios acontecerão.

Confira abaixo reportagem veiculada pelo ‘Jornal da Manhã’, do G1, no dia 11/06

Caso repercutiu em telejornais baianos, como o Jornal da Manhã, do G1 Bahia.