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Rita Lee, a Rainha do Rock brasileiro, falece aos 75 anos

  • conexaomorrense
  • 9 de mai. de 2023
  • 4 min de leitura

Atualizado: 10 de mai. de 2023

A cantora e compositora lutava contra um câncer há dois anos

Foto: Reprodução/Internet
Rita Lee lutou contra um câncer por dois anos. Foi considerada e principal representante do rock brasileiro desde o início dos anos ’70. (Foto: Reprodução/Internet)

Erick Vizoki

A cantora e compositora Rita Lee faleceu na noite da última segunda-feira (08), aos 75 anos, em casa, junto à família. Seu corpo será cremado, seguindo sua vontade e com consentimento dos familiares. Ela foi diagnosticada com câncer de pulmão em 2021 e desde então tratava a doença. O velório acontecerá no Planetário do Parque Ibirapuera, em São Paulo (SP), nesta quarta-feira (10), das 10h às 17h, e será aberto ao público. Rita Lee deixa o marido, Roberto de Carvalho, e três filhos: Beto, de 45 anos; João, de 44; e Antônio, de 42.
Rita Lee dividiu com Raul Seixas o título de Rainha e Rei do rock brasileiro.
Com uma vida cercada de polêmicas, principalmente pelo uso de drogas, a artista se tornou uma das maiores referências do rock nacional, sendo admirada no mundo todo, desde o início de sua carreira com o grupo ‘Mutantes’, formado em 1966 pelos irmãos Sérgio e Arnaldo Baptista, que revolucionaram o rock nacional quando se juntaram ao movimento tropicalista. Após divergências com o grupo e com o então marido Arnaldo Baptista, Rita abandonou o grupo, se separou de Arnaldo, e seguiu uma vitoriosa carreira solo, no início dos anos 1970, quando lançou seu primeiro álbum solo, ‘Build Up’, em 1970. Apesar de seu afastamento dos Mutantes, a cantora ainda gravou músicas compostas pelo ex-marido e foi acompanhada pelos irmãos Baptista no segundo disco, “Hoje é o Primeiro Dia do Resto de Sua Vida” (1972).
Após o segundo álbum solo, Rita Lee criou sua própria banda, o ‘Tutti Frutti’ (1973 – 1978), onde compôs e gravou composições consideradas obras-primas da música pop e do rock nacional como ‘Ovelha Negra’ (1975), do álbum ‘Fruto Proibido’. Foi nessa época que a cantora iniciou seu relacionamento amoroso com o guitarrista e compositor Roberto de Carvalho, com quem passou a dividir grande parte das composições, teve seus três filhos e conviveu até o dia de sua morte.
Desde então Rita Lee colecionou prêmios e teve algumas das maiores vendagens de discos da história da música brasileira, quando alcançou a marca de 55 milhões de cópias. Irreverente, polêmica, sempre bem-humorada e com declarações ácidas à mídia, a artista dividia opiniões entre o roqueiros mais ortodoxos e a crítica especializada. Por um lado, era criticada por compor e gravar músicas muito comerciais, incluindo diversos temas musicais para novelas da Rede Globo. Por outro lado, críticos e artistas ligados ao rock nacional e internacional a admiravam por sua postura, bela e afinada voz, composições com temáticas adolescentes e rebeldes e, principalmente, por não abrir mão de suas declarações polêmicas. Rita era considerada um dos símbolos maiores do empoderamento feminino nacional, mas não chegava a se declarar uma feminista radical, era vegana e defensora dos direitos dos animais. Não há registros de polêmicas que envolvessem sua vida pessoal e amorosa. Mas com as autoridades policiais e com o governo era um pouco diferente.
Apesar de nunca militar publicamente no ambiente ideológico e político na mídia, Rita Lee brincou com sua doença apelidando seu câncer de Jair em abril de 2022. “Nenhum político se atreverá a comparecer ao meu velório, uma vez que nunca compareci ao palanque de nenhum deles, e me levantaria do caixão para vaiá-los", escreveu em sua autobiografia publicada em 2016.
Umas das charges publicadas em 2012 sobre sua prisão após sua última apresentação em seu show de despedida em Sergipe. (Foto: Reprodução/Internet)
Em janeiro 2012, ela chegou a ser presa, aos 67 anos, após realizar seu último show, sua despedida dos palcos, durante o Festival de Verão Sergipe, quando se apresentou para cerca de 20 mil pessoas. Na ocasião Rita afirmou ter visto alguns membros de seu fã-clube serem vítimas de agressões por parte da polícia por estarem fazendo uso de maconha. Depois de dizer que não queria o policiamento em sua derradeira apresentação, completou: “Vocês são legais, vão lá fumar um baseadinho”.
Rita Lee entrou para a história da música brasileira recente, não apenas como uma cantora de rock, mas também por seu ecletismo. Assim como Raul Seixas, a Rainha do Rock compôs e gravou ritmos variados como bolero, jazz, samba, sertanejo, moda de viola, bossa nova e passeou por praticamente todos os gêneros musicais. É, definitivamente, uma das maiores divas da música popular brasileira.

Rita Lee Jones

Rita Lee Jones, posteriormente Rita Lee Jones de Carvalho, nasceu em 31 de dezembro de 1947, no bairro de Vila Mariana, em São Paulo (SP). É a filha mais nova do dentista Charles Fenley Jones (1904–1983), paulista descendente de imigrantes norte-americanos confederados do Alabama e do Tennesse e estabelecidos em Santa Bárbara d'Oeste, e de Romilda Padula (1904–1986), também paulista, filha de imigrantes italianos da região do Molise, no sul da Itália. Ela tinha outras duas irmãs, Mary Lee Jones e Virgínia Lee Jones. "Lee" é um nome composto com que o pai quis registrar todas as filhas, em homenagem ao general Robert E. Lee, do exército confederado norte-americano.
Durante a infância, teve aulas de piano com a musicista clássica Magdalena Tagliaferro. Não pensava em ser cantora de rock, mas em ser atriz de cinema, veterinária ou a profissão que seu pai queria, dentista.

Veja, no vídeo abaixo, uma das reportagens sobre o polêmico show de despedida de Rita Lee em Sergipe (2012)

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O Conexão Morrense é um jornal online sediado e produzido no município de Morro do Chapéu-BA com notícias da cidade e da região, estado da Bahia e do Brasil.
Editor e jornalista responsável: Erick Vizoki (MTb nº 41.675-SP)

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