Mais de 500 vítimas de trabalho análogo à escravidão foram resgatadas só neste ano

MTE aponta que a Bahia está entre os maiores empregadores desse tipo no Nordeste

Em 2023, houve nove casos registrados de contratações irregulares, entre pessoas físicas e jurídicas. (Foto: Marcello Casal Jr./Agência Brasil)

Da Redação

O caso envolvendo o resgate de 196 trabalhadores baianos em Bento Gonçalves (RS), no dia 22/02, que estavam submetidos a condições análogas à escravidão, suscitou um intenso debate nas redes sociais e na mídia sobre o assunto. O Ministério Público do Trabalho (MTE) divulgou, no último dia 09/03 (quinta-feira), uma atualização do Cadastro de Empregadores que tenham submetido trabalhadores a condições degradantes, que abrange o período de 2016 a 2022.

Somente em 2023, até agora, de acordo com o MTE, 523 vítimas de trabalho análogo à escravidão foram resgatadas.

O caso mais marcante foi o dos mais de 270 safristas resgatados em Bento Gonçalves, no Rio Grande do Sul. Eles eram vítimas de violência física, psicológica e obrigados, inclusive, a comer alimentos estragados.

Na última atualização do MTE, a Bahia está no topo, na região do Nordeste, como o estado onde mais houve casos de empregadores de mão-de-obra submetida a condições análogas à escravidão, pelo menos entre 2011 e 2022. Sete pessoas físicas e duas empresas baianas são citadas pelo órgão federal.

Nesse período, nove empregadores baianos foram condenados pela exploração do trabalho análogo à escravidão: Adilson Bona Vieira; Agropecuária Vallas Ltda.; Arlinda Pinheiro de Souza Santos; Construtora Almeida Pessoa Ltda.; Elza Duran Lourenço; Gilvandro Froes Marques Lobo; Henrique Rubim; José Ancelmo Pereira da Silva; e Marco Antonio da Silva Costa.

Atrás da Bahia, no Nordeste, aparecem os estados do Piauí e do Rio Grande do Norte, com oito casos cada; Maranhão, com três empregadores condenados; Ceará, com dois; além de Pernambuco e Paraíba, com um registro cada. Alagoas e Sergipe não tiveram condenações registradas.

Em nível nacional, a Bahia é o sexto estado com mais registros de empregadores condenados, atrás de Minas Gerais (55), Pará (14), Goiás (14), Mato Grosso do Sul (13) e São Paulo (11).

Entre 2021 e 2022, a Bahia registrou um aumento de 17,14% no número de trabalhadores encontrados sob exploração do chamado trabalho escravo contemporâneo. Foram 82 pessoas resgatadas de situação trabalhista degradantes no ano passado, contra 70 em 2021.

(Com informações do portal Bahia Notícias e fontes diversas)