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Líder kardecista baiano Divaldo Franco vira alvo da esquerda
- conexaomorrense
- 18 de fev. de 2023
- 3 min de leitura
Atualizado: 19 de fev. de 2023
O médium sofreu diversos ataques após criticar prisões do 8 de janeiro

Da Redação
O médium baiano, de Feira de Santana, Divaldo Franco virou alvo da ira da esquerda após criticar as prisões dos envolvidos nos atos de vandalismo em Brasília, no dia 8 de janeiro deste ano. O religioso contestou “a desfaçatez como encaramos as coisas feitas pelos poderosos e silenciamos”. O vídeo circulou nas redes sociais na quinta-feira (16).
“Estamos vendo aí leis absurdas, prisões estúpidas sem julgamento. Como é que pegam pessoas na rua, botam no ônibus e levam para a cadeia? ‘Ah, mas são terroristas’. Mas ninguém estava com revólver, nem faca, nem canivete, nem Gilette, nem cortador de unha. Não tinha nada”, disse o líder religioso na publicação.
Algumas postagens de "haters" (como são chamados aqueles internautas que postam discursos ofensivos e de ódio contra uma pessoa ou grupo) nas redes sociais, como o Twitter, fizeram duras críticas ao líder espiritual. “Nunca terá a humanidade do Chico Xavier, aliás! Nunca será o Chico”, comentou o perfil TeComuniquei. “Vendo o Divaldo Franco defendendo terrorista e sendo grato ao dia que decidi não pisar mais em um centro espírita. Berço de fascistas”, comentou outro internauta de Brasília/DF. “Doutrina Espírita com o lema, "FORA DA CARIDADE E DO AMOR NÃO HÁ SALVAÇÃO", aí vem Divaldo Franco defendendo os terroristas do dia 08 de janeiro, ele tá igual a Regina Duarte, triste fim de carreira”, disparou outro tuiteiro que se denomina “Samurai Esquerdista”.
O site “Espíritas à Esquerda” vai mais longe e dedica uma matéria inteira em atacar Divaldo Franco, intitulada “Divaldo, o médium decaído” e assinada por Ana Cláudia Laurindo: “De maneira vergonhosa, a ortodoxia espírita tupiniquim atribui efeitos satânicos ao termo comunismo, ao qual Divaldo tem acostumado citar em discursos de cunho político conservador, que no contexto brasileiro logo indica com qual política está afinado”.
Posicionamentos políticos de líderes religiosos ou apenas de representantes de determinados segmentos religiosos não são uma novidade, mas a laicidade está cada vez mais ora ameaçada, ora apoiada por determinados grupos políticos e mesmo religiosos.
Em reportagem ao portal Poder 360, o sociólogo e professor do Departamento de Sociologia da USP Ricardo Mariano afirmou que a participação de líderes de grupos religiosos no cenário político do Brasil é flexível e dotada de pragmatismo. Ele explicou que esta foi uma característica intensificada nos últimos anos, apesar de discursos anticomunistas, a favor da moralidade e do conservadorismo permearem a relação entre a religião e a política brasileira há anos. Como exemplo, Mariano citou o bispo Edir Macedo, líder e fundador da Igreja Universal:
“Tinha um antipetismo avassalador na Igreja Universal de 1989 até 2002. Quando no 2º turno de 2002, Edir Macedo passou a apoiar a candidatura de Lula. Esse apoio do Edir Macedo foi até quase 2016, no período do impeachment. Logo depois, seu partido político (Republicanos) transformou-se num suporte fundamental evangélico para a candidatura e para o governo de Jair Bolsonaro”, apontou.
Vale ressaltar que a esquerda brasileira tem grande apoio de setores da igreja católica, como o frade dominicano Frei Betto, por exemplo, formado em jornalismo na USP, adepto da Teologia da Libertação e que costuma afirmar que Jesus Cristo era um autêntico comunista e que “todo verdadeiro cristão é um comunista sem o saber”. Frei Betto é colaborador íntimo do Partido dos Trabalhadores (PT).
VEJA A SEGUIR ALGUMAS POSTAGENS FEITAS NO TWITTER CONTRA DIVALDO FRANCO
"Haters" criticam no Twitter as declarações de Divaldo Franco acerca das manifestações de 8 de janeiro/2023.
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