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MP de Alfenas sob suspeição: nova denúncia questiona morosidade nos inquéritos contra PT
- conexaomorrense
- 15 de dez. de 2023
- 3 min de leitura
Atualizado: 17 de dez. de 2023
Itamar Silva apela agora à Ouvidoria por órgão ignorar provas em áudio e vídeo

Erick Vizoki
O ambientalista poços-caldense Itamar Silva, 61, morador e eleitor no município de Alfenas (MG), vem denunciando há mais de seis anos um esquema de tráfico de influência e compra de votos por parte de diversos vereadores alfenenses no SUS (Sistema Único de Saúde). Em 2017 ele protocolou uma denúncia no Ministério Público de Alfenas, e depois no Ministério Público de Minas Gerais (MPMG) e Ministério Público Federal (MPF), sobre o que ele batizou de “Central Clandestina do SUS”.
A denúncia foi originada após áudio de uma sessão ordinária na Câmara Municipal daquela cidade ocorrida no dia 26/06/2017, que foi amplamente divulgada nas redes sociais e que acabou gerando um vídeo e matérias em alguns órgãos de imprensa. Recentemente o próprio Itamar Silva produziu um pequeno vídeo que viralizou em Alfenas e região onde cobrava uma atitude mais enérgica do Ministério Público alfenense. A denúncia resultou no Inquérito Civil Público (ICP) nº 0016.17.000260-0.
Ao questionar, por e-mail, o MPMG sobre o andamento das investigações, Itamar recebeu como resposta, no dia 13/11/2023, o Ofício nº 435/2023/PJDCA, datado de 27/11/2023, onde consta em seu teor que “esta Promotoria de Justiça não identificou indícios claros da existência da chamada ‘Central Clandestina do SUS’”. O documento também pediu que o denunciante apresentasse, no prazo de dez dias, “todas as provas que menciona existir e que circulam nas redes sociais” e que enviasse, via e-mail, à 1ª Promotoria de Justiça de Alfenas.
No entanto, já na primeira denúncia de 2017 o link para o áudio divulgado em redes sociais e no YouTube foi encaminhado à Promotoria Pública. A íntegra do áudio da referida sessão também está gravada em CD, conforme consta na Ata da 23ª Sessão Ordinária de 26/06/2017, e que pode ser solicitado diretamente na Câmara Municipal.
Morosidade
Em virtude dessa morosidade e recusa do MP em reconhecer tal evidência, Itamar Silva decidiu recorrer à Ouvidoria do MPMG e colocou sob suspeição a atitude do MP de Alfenas, bem como do próprio MPMG. Na nova denúncia, Itamar incluiu ainda um novo link para mais um vídeo onde o próprio representante da administração do Hospital Universitário Alzira Velano, Dr. José Sérgio, em uma recente conferência junto a Deputados Estadual e Federal, disse em alto e bom som que o Partido dos Trabalhadores (PT), que atualmente administra o município de Alfenas, desviou cerca de R$ 30 milhões do hospital de parceria pública.
“Existem outros processos contra o PT de Alfenas em outras promotorias, com outros promotores, e que também não andam. Então o problema é a entidade, é o sistema”, afirma Itamar Silva. “Tem um inquérito, que eu também denunciei, que já está custando cerca de R$ 10 milhões aos cofres públicos. Eles (a prefeitura) retiraram dois advogados da Câmara Municipal e colocaram um outro advogado e um assistente lá para favorecer o sistema. Tiraram outro servidor da Secretaria de Saúde e o colocaram como diretor financeiro do hospital da Santa Casa. A remoção desses três indivíduos já deu um prejuízo, mais o salário das pessoas que substituíram eles, na casa dos R$ 10 milhões para o município de Alfenas. Eu denunciei isso já faz dois anos”, desabafa indignado.

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