Montadora chinesa deve reativar fábrica da Ford em Camaçari

A intenção da empresa é produzir carros elétricos e híbridos populares

A montadora chinesa BYD vem mostrando interesse de se instalar na Bahia desde o ano passado (Foto: BYD/Divulgação)

Da Redação

O ex-governador da Bahia, Rui Costa (PT), já havia anunciado em junho do ano passado, em visita ao Centro de Pesquisa e Desenvolvimento da Ford em Camaçari, a possibilidade da instalação de uma nova indústria de produção de carros elétricos no estado. Com a viagem do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) à China, programada para acontecer em março próximo, a especulação pode vir a se tornar realidade.

A montadora asiática que pretende adquirir parte da montadora norte-americana desativada é a BYD, que já possui duas fábricas no Brasil: uma de painéis solares fotovoltaicos na Zona Franca de Manaus (AM) e outra de chassis de ônibus elétricos em Campinas (SP). Agora os chineses querem produzir seus carros elétricos e híbridos de passeio em território brasileiro. Atualmente a empresa se tornou a terceira fabricante automotiva mais valorizada do mundo.

Com a desativação da fábrica da Ford, Camaçari perdeu 4,8 mil empregos formais na época. O município é a quarta cidade mais populosa da Bahia e um importante polo industrial no nordeste. A saída da Ford teve forte impacto sobre a arrecadação tributária, a circulação de dinheiro e a atividade econômica do município. Caso Lula consiga levar a negociação adiante, será uma grande conquista para a região e um dos primeiros, se não o primeiro, anúncios concretos para geração de emprego e renda na Bahia.

Até agora, em quase um mês e meio de mandato, o presidente eleito no ano passado ainda apresentou nenhum projeto prático para geração de emprego ou acordos internacionais relevantes para o Brasil.

Analistas ligados à imprensa nacional afirmam que Lula deve tentar equilibrar os interesses de duas potências que cada vez mais são observadas como opostas: Estados Unidos e China. No Palácio do Planalto, a missão oficial a Pequim, principal parceria comercial do Brasil, é tratada como estratégica.

Além da questão Ford/BYD, também há expectativa, na viagem à China, de acordos importantes nas áreas de agronegócio, infraestrutura e tecnologia.

(Fonte: Sputnik Brasil)